Cunha, Newton

A variabilidade de sentidos, ou seja, a polissemia e mesmo a ambiguidade do termo humor é bastante acentuada. ... o humor passou a ser entendido como uma das formas do cômico ou da comicidade pela qual o homem ri, de maneira elevada ou filosófica, de sua natureza finita, sob uma ótica de simpatia, de indulgência ou de condescendência. Assim, o humor deriva de uma contradição entre os limites e erros do ser humano e a infinitude das ideias que produz. Por essa razão, afirma Jean Paul: "o humor é a melancolia de um espírito superior que chega a divertir-se com o que o entristece". Pirandello, por sua vez, concorda que o contraste seja a primeira exigência do humor, isto é, o sentimento de afecções contrárias: aquilo que "parece sorriso e é dor". A segunda marca é a do ceticismo.